Cientistas detectam oxigênio na galáxia mais distante conhecida
- Astronomia e Astronáutica
- 23 de mar.
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Duas equipes diferentes de astrônomos detectaram oxigênio na galáxia mais distante conhecida, JADES-GS-z14-0. A descoberta, divulgada em dois estudos separados, foi possível graças ao Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), do qual o Observatório Europeu do Sul (ESO) é parceiro. Essa detecção sem precedentes está fazendo com que a comunidade astronômica repense a rapidez com que as galáxias se formaram no início do universo. Descoberta no ano passado, a JADES-GS-z14-0 é a galáxia confirmada mais distante já descoberta: está tão distante que sua luz levou 13,4 bilhões de anos para chegar até nós, o que significa que a vemos como era quando o universo tinha menos de 300 milhões de anos, cerca de 2% de sua idade atual. A nova detecção de oxigênio com o ALMA, um conjunto de telescópios instalado no deserto chileno do Atacama, sugere que a galáxia está quimicamente muito mais madura do que o esperado. "É como encontrar um adolescente onde você só esperaria encontrar bebês", diz Sander Schouws, candidato a doutorado no Observatório de Leiden, na Holanda, e primeiro autor do estudo liderado pela equipe holandesa, agora aceito para publicação no The Astrophysical Journal. As galáxias geralmente começam suas vidas carregadas de estrelas jovens, compostas principalmente de elementos leves, como hidrogênio e hélio. À medida que as estrelas evoluem, elas criam elementos mais pesados, como o oxigênio, que são espalhados por toda a galáxia hospedeira depois de morrerem. A comunidade científica pensava que, quando o universo tinha cerca de 300 milhões de anos, ainda era muito jovem para conter galáxias cheias de elementos pesados. No entanto, os dois estudos do ALMA indicam que o JADES-GS-z14-0 tem aproximadamente 10 vezes mais elementos pesados do que o esperado.

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