Dentro de nosso Sistema Solar há evidências de que colisões planetárias gigantes aconteceram há muito tempo atrás. Pistas remanescentes, como a inclinação de Urano e a existência da Lua da Terra apontam para algum momento da história distante do Sistema Solar, em que planetas em nossa vizinhança colidiram. Agora que os cientistas têm à disposição tecnologias mais avançadas, que permitem observar e descobrir exoplanetas, descobriram o que pode ser uma colisão entre planetas fora de nosso Sistema Solar. Os cientistas estavam observando uma estrela jovem (de 300 milhões de anos) parecida com o Sol quando notaram algo estranho: a estrela repentina e significativamente caiu em brilho. Uma equipe de pesquisadores olhou um pouco mais de perto e descobriu que, pouco antes dessa queda, a estrela exibia um aumento repentino na luminosidade infravermelha. Ao estudar a estrela, a equipe descobriu que essa luminosidade durou 1.000 dias. Mas 2,5 anos após esse evento brilhante, a estrela foi inesperadamente eclipsada por algo, causando a queda repentina no brilho. Este eclipse durou 500 dias. A equipe investigou mais e descobriu que o culpado por trás do pico de luminosidade e do eclipse era uma nuvem gigante e brilhante de gás e poeira. E a razão mais provável para a nuvem repentina e causadora de eclipses? Uma colisão cósmica entre dois exoplanetas, um dos quais provavelmente continha gelo, acreditam os pesquisadores. Em um novo estudo detalhando esses eventos, os cientistas sugerem que dois exoplanetas gigantes de várias a dezenas de massas da Terra colidiram um com o outro, criando tanto o pico infravermelho quanto a nuvem. Um acidente como esse iria liquefazer completamente os dois planetas, deixando para trás um único núcleo derretido cercado por uma nuvem de gás, rocha quente e poeira. Após o acidente, esta nuvem, ainda segurando o resquício quente e brilhante da colisão, continuou a orbitar a estrela, eventualmente se movendo na frente e eclipsando a estrela. A descoberta foi publicada na revista Nature em 11 de outubro de 2023 tendo como autor principal Matthew Kenworthy e outros 21 coautores.
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