Cientistas verificam que falha no campo magnético da Terra sobre o Brasil cresceu

Usando 11 anos de medições do campo magnético da constelação de satélites Swarm da Agência Espacial Europeia, cientistas descobriram que a região fraca no campo magnético da Terra sobre o Atlântico Sul — conhecida como Anomalia do Atlântico Sul — se expandiu em uma área quase metade do tamanho da Europa continental desde 2014. O campo magnético da Terra é vital para a vida em nosso planeta. É uma força complexa e dinâmica que nos protege da radiação cósmica e das partículas carregadas do Sol. Ele é gerado em grande parte por um oceano global de ferro líquido derretido e em turbilhão que compõe o núcleo externo a cerca de 3.000 km abaixo dos nossos pés. Agindo como um condutor giratório em um dínamo de bicicleta, ele cria correntes elétricas que, por sua vez, geram nosso campo eletromagnético em constante mudança – mas, na realidade, os processos que geram o campo são muito mais complexos. Swarm, uma missão Earth Explorer desenvolvida no âmbito do programa Earth Observation FutureEO da ESA , compreende uma constelação de três satélites idênticos que medem com precisão os sinais magnéticos provenientes do núcleo, manto, crosta e oceanos da Terra, bem como da ionosfera e magnetosfera. A anomalia de campo fraco do Atlântico Sul foi identificada pela primeira vez a sudeste da América do Sul no século XIX. Hoje, a Anomalia do Atlântico Sul é de particular interesse para a segurança espacial, visto que os satélites que sobrevoam a região enfrentam doses maiores de radiação. Isso pode levar a mau funcionamento ou danos a hardware crítico, e até mesmo apagões. Esse comportamento está ligado a padrões estranhos no campo magnético na fronteira entre o núcleo externo líquido da Terra e seu manto rochoso, conhecidos como manchas de fluxo reverso. No entanto, desde que o Swarm está em órbita, o campo magnético sobre a Sibéria se fortaleceu, enquanto sobre o Canadá enfraqueceu.

Fonte: ESA.